Os nossos critérios de ação devem ultrapassar a realidade unicamente
humana. Na origem das atitudes há os dados da ética e da moral, mas
também as questões divinas que estão relacionadas com as questões da fé.
Ser
generoso não é simplesmente ser justo, mas atender às necessidades de
quem está em jogo. Não é fato apenas de merecimento e de justiça, mas de
solidariedade e de partilha de forma fraterna, para que todos tenham
vida digna.
O mundo é como um terreno onde se planta de tudo. É daí
que tiramos os alimentos. Mas todos devem trabalhar, uns mais e outros
menos, dependendo das condições de cada pessoa. Os frutos são para
sustento da coletividade e de forma solidária.
Para o trabalho, há
pessoas que chegam cedo, outras trabalham menos, mas ambos têm
necessidade de vida e de alimento. Na partilha, ninguém pode ser
injustiçado, mesmo que alguém receba além do que é justo por não ter
trabalhado o tempo todo.
Jesus conta a parábola do patrão que combinou o salário
do dia com um trabalhador. Outros foram chegando ao transcorrer do dia,
havendo até quem chegasse ao final da tarde. A ambos o patrão pagou o
mesmo valor. Ele agiu com justiça e com generosidade.
No mundo
capitalista as atitudes são diferentes, mesmo sabendo da existência de
quem partilha com os trabalhadores os lucros da empresa. No mundo de
Deus, a ternura e a generosidade ultrapassam as nossas, a lógica é
diferente do que fazemos.
A prática da vida cristã deve ser a do amor, com
capacidade de doação maior do que aquilo que merecemos. É a
misericórdia, a paciência, a compaixão, a bondade e a justiça, tendo
como objetivo viver bem, tendo uma vida que faça sentido.
Para
Deus, a partilha não é matemática, nem é mesquinha, porque Ele olha a
necessidade da pessoa. A bondade do Senhor ultrapassa os critérios
humanos e Seus dons são sem medida. O que importa não é o que fazemos,
mas a forma como fazemos as coisas.
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